domingo, novembro 08, 2009

Para a próxima não digo nada!

Uma coisa boa que ficou do meu antigo emprego são os emplastros com quem bebo café todas as semanas: o Zé, o Rui e o João. Esta semana, ao cumprirmos o ritual pós-jantar, fomos informados que o Zé está novamente grávido. Sim, é ele que fica grávido, porque é ele que tem os enjoos, os desejos, a ansiedade e os desníveis hormonais e humorais. A mulher, essa, leva a gravidez com uma calma de fazer inveja a qualquer monge budista.
No decorrer da conversa, soubemos que é um menino, que vem fazer companhia à Raquel, que com quatro anos pedia um irmão. E o Zé, moço inteligente, pegou num talão da gasolina e numa caneta e começou a pedir nomes. Eu deixei-me ficar caladinha, porque da última vez que ele me tinha pedido ideias aceitou a proposta; a miúda chama-se Raquel e a culpa é minha se a cachopa crescer e não gostar.
Nomes maravilhosos foram colocados ( metaforicamente ) em cima da mesa. Segismundo. Godofredo. Pancrácio. Asdrúbal.
- Vá lá, digam a sério.
Eduardo. Rodrigo. Guilherme.
- Gosto de nomes curtos, simples.
Luís. Miguel. Rui. Pedro
- Gosto, mas... nós gostamos de pôr só um nome, e queriamos um nome forte. Esses precisam de outro, tipo muleta.
Eu continuava calada, a pensar que este cliente era difícil de contentar. Ele olhou para mim.
- Diz lá um ou dois nomes que gostes.
Gosto de Vicente, Heitor, Edgar, Artur.
Ele olhou-me, pensativo, e apontou os nomes. Telefonou-me há poucos minutos.
O Artur nasce em meados de Fevereiro se não for apressado.