Velho Mirante
À entrada de Lisboa havia uma quinta com um palacete a cair, e um pequeno povoado ao qual chamaram Pontinha, porque ficava no extremo de Odivelas. O povoado cresceu e é vila, e o palacete é um restaurante, edifício querido de todos nós. Os velhos moinhos da quinta ainda se vêem, bem como o aqueduto e a capela.
É à minha geração que falo, porque quase todos nascemos em Lisboa, e quase todos respondemos que somos pontinhenses, quando nos perguntam de onde somos. As pessoas não entendem, porque temos orgulho em dizer que somos da Pontinha, se é tão mais fácil dizer que nascemos em Lisboa e pronto, ninguém estranha nem faz mais perguntas. Mas nós somos filhos orgulhosos da Vila da Pontinha, porque foi nela que crescemos, fizemos asneiras, aprendemos com os erros e nos fizemos gente. Foi aí que aprendemos que ali nunca se vira a cara nem as costas.
Pontinha Norte ou Pontinha Velha, Pontinha Sul ou Pontinha Nova, Mário Madeira, Serra da Luz, Urmeira, Menino de Deus, Quinta do Pinheiro, Casal do Rato e St. Eloy. Por aqui corremos e nos formámos. E como o bom filho à casa torna, hoje em dia estamos espalhados por todo o lado, mas todos regressamos, filhos de uma terra que nos sabe receber, onde nos sentimos numa vila ou aldeia pequena, às portas da capital.
Esse sempre foi o forte dos Pontinhenses, saber receber. Porque a nossa terra é a porta de Lisboa.
Dedicado a todos os pontinhenses que não têm vergonha de o ser, em especial o Vieira, engenheiro da NASA em Houston, e o Maurício, veterinário em Glasgow. Dois homens que sempre que lhes perguntam de onde são eles dizem que são de uma terra perto de Lisboa... mas também a todos os que escondem e se esquecem que o que importa não é o sítio onde se nasce, mas o que nos tornamos. Se têem vergonha, não devia ser da terra, mas de vós mesmos.
2 Comments:
Sim, amiga, concordo ctg...Pontinhense para smp...Com mto orgulho.Pq foi aqui que aprendi tudo o que sou hoje...
obrigado minha linda... sou e serei sim senhora, pontinhense até morrer!
bj maurício
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