domingo, fevereiro 04, 2007

Paz

Saíste do avião e apanhaste um táxi. No caminho telefonaste para o teu restaurante preferido para marcar uma mesa, sempre foste um homem prevenido. Esperaste duas horas ao frio, até que eu saísse, com uma paciência obstinada, a olhar para a porta.

Enquanto subia as escadas senti o meu coração bater mais depressa. E quando saí para o frio da rua e te vi, no teu sobretudo preto, e as mãos quase roxas do frio, senti uma onda de paz e ternura apossar-se do meu coração. Corri para os teus braços, e todas as tristezas e irritações evaporaram-se e senti-me segura.

Fomos até casa, onde em breves instantes me pus apresentável, e chegámos pontualmente ao restaurante, onde desabafei sobre medos e desejos. Onde tu aliviaste o teu coração e me contaste das tuas preocupações e ambições. Foi na mesa desse restaurante que eu olhei no fundo dos teus olhos e vi que estamos a construir algo.

No caminho para casa, pediste-me para passar num sítio que fosse especial para mim. Levei-te então até ao miradouro das minhas paixões, de onde se vê Lisboa a dormir, com as suas luzinhas a zelarem pelo seu sono. E percebi que aquele lugar sempre fora especial, mas nunca perfeito, porque sempre faltara alguém que o compreendesse e o sentisse como eu.

Em casa vivi algo que nunca vivera. Nunca ninguém me amara de uma forma tão doce, tão suave e apaixonada ao mesmo tempo. Nada em ti é apressado ou brusco. Tudo em ti é ternura e calma. Encostada ao teu peito, quando tu quase dormias, eu perguntei-te o que sentiras.

E percebi que é hora de viver sem olhar para trás. Porque tu sentiste exactamente o mesmo que eu.

Uma grande sensação de paz.


Ainda nenhum de nós conseguiu dizer a palavrinha mágica, mas vi-a crescer nos teus olhos, e sei que a viste a pairar nos meus. Volta depressa...

2 Comments:

Blogger devlin said...

Maninha, tou muito feliz por ti e por este sentimento que sei que tens medo, mas penso que não deves fugir, deves enfrenta-lo como fizeste com o resto na tua vida e nao achares que e estranho pela sua natureza, deves acaricia-lo e faze-lo evoluir como sei que tens vontade de o fazer. eu estou ca para te apoiar em tudo, mas tu ja sabes disso ;)

10:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

é o que sinto também... a palavrinha é mágica, e há-de surgir a altura certa de a dizer.

bjs

M.

1:57 da tarde  

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