sábado, julho 08, 2006

Raízes

Por muito que andemos, por muitas terras que pisemos, há qualquer coisa de especial no ar, no sol, no chão da nossa terra. Nunca me canso de dizer que o céu, na minha terra, é de um azul diferente, que a cidade cheira a manjerico e a flores no Verão, e a castanhas assadas e a sal no Inverno, que o Sol que aquece os nossos adros é mais quente e carinhoso.
É nas ruas, escadinhas e pátios da minha terra que está o meu coração, nesta cidade menina à beira do Tejo e do mar, a espreguiçar-se nas suas sete colinas, nas suas histórias e tradições. É no fado e nas marchas, é no cravo e na quadra do manjerico, é na música que paira no ar e no eléctrico que desce a calçada. No Castelo que olha em torno, complacente, a guardar a cidade, na Sé imponente e silenciosa, na Torre que se ergue a dar as boas vindas, no Aqueduto que a atravessa, apressado. São os nossos telhados, é o Chiado, é a Baixa e as escadinhas de Alfama. É o ar régio de Belém e a tranquilidade de Carnide, os boémios do Bairro Alto. São as tascas de Marvila, as Avenidas compridas que já não são Novas, é Benfica às portas e a Ajuda tão verde.
Por muitas terras que eu veja, esta é a minha, e não há mais bonita.
Esta é a minha Lisboa.


Sempre que te deixo, as saudades apertam...