terça-feira, fevereiro 16, 2010

Misanthrope

"- Tens o pior dos fardos, rapariga."
"- Eu? "
"- Sim, tu. Deus deu-te um par de ouvidos fenomenal. E como tu ouves, ninguém se lembra de te ouvir quando precisas."

Eu sei... e agora já estou habituada. Já me habituei a estar sozinha, a resolver as questões sozinha, a chorar e a mitigar a dor sozinha. Durante algum tempo pensei nisso, mas não mais. Agora já não preciso de colo, não preciso que me ouçam. Foi uma espécie de misantropia por força do hábito, e agora a única coisa que preciso é do meu sossego.

Como não conheço o aconchego do desabafo, do colo para chorar, fico com o aconchego do meu sossego. Acho que até nem peço muito.

domingo, fevereiro 14, 2010

Não entendo!

Há qualquer coisa que me escapa.
Eu não gostei do "Avatar", e sim, achei a história exactamente igual à da Pocahontas.
Eu não fiquei impressionada com os efeitos especiais do filme, fiquei impressionada com a falta de brilhantismo dos actores.
Acho que o "Alice in Wonderland" do Tim Burton vai ser um dos filmes do ano.
Não gosto do Filipe dos Ídolos. Acho que ele canta bem, mas é muito limitado nos estilos que canta, não tem garra nem carisma. Gosto da Diana, mas na verdade, o meu favorito era o Carlos porque era o único que era pop.
E aquilo que me escapa é porque é que a liberdade de expressão é uma coisa tão bonita mas que a maioria das pessoas não aplica. Eu respeito as pessoas que gostaram do "Avatar", e até entendo que não vejam o paralelismo que eu, como tanta gente vê.
Eu até entendo que muita gente acho o "Alice" estranho. Provavelmente porque nunca leram o livro, ou não leram com a devida atenção.
E até entendo que muita gente goste de ouvir o Filipe.
Por isso mesmo eu exponho os gostos, e defendo-os, mas não os argumento. E não percebo a necessidade humana de obrigar os outros a abdicar da sua liberdade para seguirem a carneirada.

Há muita coisa que, perante uma explicação lógica, eu posso perfeitamente mudar de opinião. Agora gostos, vão para outra terra. é a coisa mais subjectiva que existe. E nem vale a pena argumentarem. São gostos.

Não entendo. E depois eu é que tenho um feitio soviético.

Está a dar a final dos Ídolos. E eu estou a ver a repetição do Top Gear. É mais produtivo para o meu cérebro.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Morreu...Ou talvez não.


Foi até hoje a única pessoa a conseguir colocar a palavra "abrunho" num poema. E abrunho com significado de fruta, não com o significado "levas-uma-arrochada-no-focinho".
Foi até hoje a única pessoa que provocou um silêncio total no canto nordeste do 2º piso, quando soubemos da notícia.
O mundo das letras está de luto. Morreu a Rosa Lobato Faria. Dizem que amanhã vai ser a despedida, mas não acredito. Cada vez que alguém abrir um livro seu, cada vez que alguém cantarolar uma das canções escritas por ela, ela vai estar bem viva.