quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Será?

Recebi um daqueles mails com um questionário com milhentas perguntas... e recebi de várias pessoas. Para não ser desmancha-prazeres, decidi responder às cerca de 50 questões. Uma delas causou, aparentemente, sensação entre os meus amigos, que logo me mandaram mails a dizer que eu não regulo, yadda yadda.

A pergunta dizia apenas: "Como é o teu homem / a tua mulher de sonho?"

A minha resposta foi apenas:

"Com sentido de humor, que goste de cozinhar e que dance comigo a La Bohème, do Charles Aznavour."

Será que tenho a fasquia demasiado alta?

PS: Prometo em breve colocar aqui o questionário completo. Assim não preciso de reenviar.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

As odisseias de um Motard


Sou fã incondicional de BD. Mas não de uma BD qualquer. Leio várias, claro, sempre gostei de Calvin&Hobbes, e ultimamente tenho gostado bastante do Zits. Mas a minha preferência de sempre vai para o génio de Quino, com a sua BD política e social.

No entanto não é sobre Quino que escrevo. Após uma semana algo atribulada ( tenho que dizer à senhora que passou o vermelho que a frente do carro faz-me falta ), lembrei-me da minha paixão pelas duas rodas, e lembrei-me também de deixar aqui uma homenagem ao Tom Vítoin.

Não há muita gente que conheça esta BD, fantástico trabalho de Luís Pinto-Coelho ( não o pintor... o cartoonista, que tem o mesmo nome ), também ele motard acérrimo. Desde sempre que compro a Motociclismo todos os meses, e a primeira página que leio ( àparte da capa, obviamente ) é a última página, onde vêm "As Odisseias de um Motard: Aventuras e Desventuras de um Motociclista Português".

Chama-se Tom Vítoin ( lê-se V-Twin, como a mota ), é fotógrafo, pertence a um motoclube, faz roadtrips e disfarça-se cada vez que tem de conduzir um carro. Tem horror a cair, não porque se possa magoar, mas porque "a pele cresce e os plásticos não", e detesta aqueles motards da meia-tigela que só andam de moto quando está bom tempo.

E eu sempre adorei motas. Aliás, é bastante comum ver-me barafustar dentro do carro "bando de enlatados!", e a única vez, enquanto condutora, que parei para prestar socorro, foi a um motociclista, que só percebeu o porquê de eu ter parado quando viu o MotoJornal no banco do pendura.

Este acidente foi um sinal divino, e de Santo Omar, protector dos motards ( sim, é um trocadilho )... e há que cumprir a vontade divina. Esqueçam o carro. Vou comprar uma mota.

Motard que é motard anda de mota nem que chovam picaretas!

PS: Corro o risco de ser atirada da janela pela minha mãe... mas, assim como assim, já corri esse risco diversas vezes, e consegui sempre agarrar-me às cordas da roupa.

Silêncio

Recebi uma notícia que me deixou um pouco triste. Perdi um amigo. Quer, dizer, toda a minha família perdeu um grande amigo. Por isso quero deixar aqui uma homenagem a esse grande amigo que nos deixou hoje.
Morreu de velhinho, é bem verdade. Estava quase cego, sofria da próstata, tinha reumático. Estava medicado, tinha uma dieta rígida, estava a soro... e na mesa de uma urgência que se adivinhava teve uma paragem cardíaca.

Chamava-se Kiko, era um caniche preto, doce e meigo como só ele conseguia ser. Acompanhou o crescimento das crianças da família... que hoje em dia são adultos e ficam em silêncio quando ouvem a notícia do outro lado do telefone. Suportou todas as brincadeiras e malandrices com paciência e doçura. Só rosnava quando brincava, e a única vez que mordeu uma pessoa foi por engano e ficou doente três dias. Muito inteligente, deixa imensas histórias engraçadas. Guloso, ensinou-nos a todos o poder de pedir, mas pedir mesmo, com direito a choro e tudo.

Acham estranho deixar tudo isto escrito porque um cão morreu? Um cão que nem tão pouco era meu? Não estranhem. O Kiko era de toda a família. E a mim ensinou-me que há animais bem mais inteligentes que muita gente que se passeia por aí. E foi por causa dele que hoje em dia gosto de cães, apesar de saber que nunca mais encontro nenhum como aquele.

Não é uma pessoa, claro. Mas também é família.

Nova descoberta!

Descobri, sim! E que feliz que fiquei!

A Caras também traz palavras cruzadas! E das grandes!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Momento de indignação

OK, admito. Comprei a TV Guia ( ou seria a TV Mais? Whatever ). Comprei-a sim, admito com todas as forças que tenho no meu ser. Por uma única e simples razão: traz duas grelhas de palavras cruzadas.
Estou indignada. Muitíssimo indignada. Fui ao quisoque do costume e pedi, como é costume, um livro de palavras cruzadas. E qual foi a resposta? Que não tinha, mas tinha Sudoku, "não queres levar, hoje em dia as pessoas só jogam a isto!"
Tenho assistido com algum terror a invasão do Sudoku. É fácil, para quem me conhece, entender o meu terror. Eu odeio números. Odeio tudo o que eles significam e representam. Vivi num mundo quadriculado e cheio de letrinhas durante muitos e alegres anos, aqueles tempos maravilhosos das palavras cruzadas... e agora trás! Levamos com o Sudoku em todo o lado.
Vamos lá a ver se a gente se entende. Nós APRENDEMOS enquanto fazemos palavras cruzadas ( cânhamo de Manila com três letras?! Hã?! ). E que raio aprendemos com o Sudoku? A contar até nove? A benzer interminavelmente a grelha onde encaixamos os numerozitos?
Não, não quero comprar, nem quero jogar o que toda a gente joga. Nunca fui de manadas.
Por isso, a quem chama à TVGuia, TV7Dias, TVMais, Nova Gente e afins leitura para descerebrados, aqui fica a minha homenagem: podem ter lá o Sudoku, mas as minhas queridas palavras cruzadas também lá moram...

Um breve momento de indignação...

PS: Como era a edição de Carnaval ainda deu para ter direito a uma página com o Sô Malato vestido de Vasco Santana... Já valeu os euritos, ó lá se valeu!

domingo, fevereiro 25, 2007

O Halloo nyn Ghooie


No meio do Mar da Irlanda, repousa uma ilha que pertenceu a noruegueses e escoceses, até cair nas mãos dos ingleses. Pequena, coberta de prados verdejantes, vive na certeza que nunca será de ninguém senão de si mesma.

Minúscula e desconhecida aos olhos de muitos, tantos que só a conhecem pelo famoso Circuito de Man! Pode parecer inofensiva e insignificante, mas conquista a sua liberdade passo a passo...

Pertencem à Commonwealth, mas não ao Reino Unido. A língua oficial é o inglês mas o Mannin ( gaélico Manx ) é ensinado nas escolas. A sua moeda é a libra, mas o cunho é diferente da libra esterlina. Têm o seu próprio hino, os seus clãs, bandeira, escudo de armas, polícia, parlamento, leis e governador. Podemos chegar ao aeroporto e ver escrito "Isle of Man", mas é certo e garantido que algures está estampado também "Ellan Vannin".

Passos que se dão para a liberdade. Mas o factor mais importante eles sempre o tiveram.

Porque nesta ilha vive um povo que olha para o triskelion da sua bandeira e acredita no que ele significa: para onde me atirares eu ficarei sempre de pé.

Nem Noruegueses, nem Ingleses. Nem Escoceses, nem Irlandeses.

Apenas Manx.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Restos

You Oughta Know - Alanis Morissette

I want you to know that I'm happy for you
I wish nothing but the best for you both
An older version of me
Is she perverted like me?
Would she go down on you in a theater?
Does she speak eloquently
And would she have your baby
I'm sure she'd make a really excellent mother

Cause the love that you gave that we made
Wasn't able to make it enough for you to be open wide, no
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died, 'til you died
But you're still alive


And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

You seem very well, things look peaceful
I'm not quite as well, I thought you should know
Did you forget about me Mr. Duplicity
I hate to bug you in the middle of dinner
It was a slap in the face how quickly I was replaced
And are you thinking of me when you fuck her

Cause the love that you gave that we made
Wasn't able to make it enough for you to be open wide, no
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died, 'til you died
But you're still alive

And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

Cause the joke that you laid in the bed that was me
And i'm not going to fade
As soon as you close your eyes and you know it
And everytime I scratch my nails down someone else's back
I hope you feel it ... well can you feel it?


And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know


Realmente, é impressionante como já nada em vós os dois me afecta. Sejam muito felizes. Para o macho, vê lá se ganhas juízo, nem todas as mulheres têm a mesma paciência que eu tenho ( esta poderá ter por pura necessidade ).
Para a fêmea... tinhas de comer o que eu deixei no prato. Cuidado com a linha! Restos não são uma boa alimentação.

LOL

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Missing you

Alanis Morissette - Head Over Feet

I had no choice but to hear you
You stated your case time and again
I thought about it

You treat me like I'm a princess
I'm not used to liking that
You ask how my day was

You've already won me over in spite of me
Don't be alarmed if I fall head over feet
Don't be surprised if I love you for all that you are
I couldn't help it
It's all your fault

Your love is think and it swallowed me whole
You're so much braver than I gave you credit for
That's not lip service

You've already won me over in spite of me
Don't be alarmed if I fall head over feet
Don't be surprised if I love you for all that you are
I couldn't help it
It's all your fault


You are the bearer of unconditional things
You held your breath and the door for me
Thanks for your patience

You're the best listener that I've ever met
You're my best friend
Best friend with benefits
What took me so long

I've never felt this healthy before
I've never wanted something rational
I am aware now
I am aware now

You've already won me over in spite of me
Don't be alarmed if I fall head over feet
Don't be surprised if I love you for all that you are
I couldn't help it
It's all your fault

Fazes-me falta... Deixa o Porto e volta depressa.

domingo, fevereiro 04, 2007

Paz

Saíste do avião e apanhaste um táxi. No caminho telefonaste para o teu restaurante preferido para marcar uma mesa, sempre foste um homem prevenido. Esperaste duas horas ao frio, até que eu saísse, com uma paciência obstinada, a olhar para a porta.

Enquanto subia as escadas senti o meu coração bater mais depressa. E quando saí para o frio da rua e te vi, no teu sobretudo preto, e as mãos quase roxas do frio, senti uma onda de paz e ternura apossar-se do meu coração. Corri para os teus braços, e todas as tristezas e irritações evaporaram-se e senti-me segura.

Fomos até casa, onde em breves instantes me pus apresentável, e chegámos pontualmente ao restaurante, onde desabafei sobre medos e desejos. Onde tu aliviaste o teu coração e me contaste das tuas preocupações e ambições. Foi na mesa desse restaurante que eu olhei no fundo dos teus olhos e vi que estamos a construir algo.

No caminho para casa, pediste-me para passar num sítio que fosse especial para mim. Levei-te então até ao miradouro das minhas paixões, de onde se vê Lisboa a dormir, com as suas luzinhas a zelarem pelo seu sono. E percebi que aquele lugar sempre fora especial, mas nunca perfeito, porque sempre faltara alguém que o compreendesse e o sentisse como eu.

Em casa vivi algo que nunca vivera. Nunca ninguém me amara de uma forma tão doce, tão suave e apaixonada ao mesmo tempo. Nada em ti é apressado ou brusco. Tudo em ti é ternura e calma. Encostada ao teu peito, quando tu quase dormias, eu perguntei-te o que sentiras.

E percebi que é hora de viver sem olhar para trás. Porque tu sentiste exactamente o mesmo que eu.

Uma grande sensação de paz.


Ainda nenhum de nós conseguiu dizer a palavrinha mágica, mas vi-a crescer nos teus olhos, e sei que a viste a pairar nos meus. Volta depressa...