sábado, novembro 29, 2008

Para a Ana e para a Rita

Para muita gente, ir tomar café é um pouco de convívio, deitar conversa fora.
Para nós beber café significa contar como correu a semana.
Combinar o que vamos fazer na próxima.
Falar de coisas sérias como crises amorosas e profissionais.
Brincar com um brinde de um Ovo Kinder (PUB), brincar com invólucro do brinde, e pior, tirar fotografias.
Ir para a janela do carro fazer bolinhas de sabão, e gritar: Vai, bolha! Vai, voa!
Comer bolachas e fazer desenhos na humidade do vidro do carro.
E claro, ouvir expressão maravilhosas como "São dois episódios, o um e o dois", "Eu não conhecia o número, mandei mensagem, e o número disse...", e claro, a grande campeã:

"Atiro-te às zebras, e tens ilusões de óptica até à morte!"

É bom saber que ainda mantemos a nossa saudável insanidade.

sábado, novembro 22, 2008

Sim ou Sopas

Não sei se alguma vez viram um certo filme com o Bill Murray e a Scarlett Johannsen que se chama "Lost in Translation". Eu nunca vi, mas gosto particularmente do nome do filme em português; um filme que, traduzido à letra, seria "Perdido na Tradução", ou mais aprumado, "Sentido Perdido", levou com a graça de "O Amor é um Lugar Estranho".
Sem dúvida que o amor é um lugar bem estranho, ou como diz o ditado popular, primeiro estranha-se, depois entranha-se. E uma palavra que se estranha e nunca entranha (pelo menos por completo) no amor é a palavra não.
A palavra não é uma das palavras mais complicadas em qualquer língua, não porque é difícil de dizer, escrever ou entender, mas porque é difícil de aceitar. Todos nós já ouvimos não nalguma ou muitas ocasiões da vida. Alguns não bastante simples, "queres um café?", "não, obrigada.", "hoje queres ir sair?", "eh pá, não, hoje tenho malta cá em casa.", "queres levar um par de estalos?", "ui, não estava a contar com isso." E depois há os não importantes da vida, não quero namorar contigo porque a Soraia é minha amiga e gosta de ti à bué, não podemos aceitá-lo na nossa empresa porque tem qualificações a mais, não entra na faculdade por uma décima na média. Isto são os nãos que eu gosto de chamar difíceis.
O que é intrigante no não é que não é socialmente aceitável a seco, ou seja, à laia de sufixo, vem sempre acompanhado de uma vírgula, e a seguir de uma desculpa, que, larga maioria das vezes, é bastante esfarrapada. Alguém disse, não me lembro quem, que uma pessoa só se pode considerar verdadeiramente livre no dia que disser não sem dar uma justificação. Acaba por ser uma grande verdade, não. Não e pronto. Ponto final, parágrafo.
Levei vários dias a moer e remoer um não, e obviamente, ainda o estou a remoer. Trata-se de um não no amor, que se dividem entre catastróficos e apocalípticos. E um não que poderia ter sido catastrófico, foi apocalíptico. Disseste não, porque... lá veio a desculpa, não esfarrapada mas gasta, e eu ouvi, assenti, disse tudo bem, e fui embora. Disseste não, quando no teu rosto, no teu olhar, no gesto com que afastas o cabelo dos meus olhos, na maneira gaiata de ser, eu vejo, claro e cristalino como a água.
Sim.

sábado, novembro 15, 2008

Silêncio, que vai-se cantar o fado!

"Oh, mas ainda não sou Deus,
P'ra reinar nos olhos teus,
Que veneram o Divino.
E eu, tão bela e imaculada,
Só não sou idolatrada
Por que eu mais admiro..."

Ah Fadista!

"Contado ninguém acredita", Deolinda

quinta-feira, novembro 13, 2008

Olh'ó fadinho!

Já sou quem tu queres que eu seja,
Tenho emprego e uma vida normal.
Mas quando acordo e não sei
Quem eu sou, quem me tornei
Eu começo a bater mal.
O teu bem faz-me tão mal!

Já me enquadro na tua estrutura.
Não ofendo a tua moral.
Mas quando me impões o meu bem
Eu ainda sinto aquém.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!

Sei que esperas que não desiluda,
Que por bem siga o teu ideal.
Mas não quero seguir ninguém
Por mais que me queiras bem.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!

Sei que me vais virar do avesso
Se eu te disser foi em mim que apostei.
Não, não é nada que me rale
Mesmo que me faças mal.
Do avesso eu te direi:
O teu mal faz-me tão bem!

Deolinda, "Mal por Mal"

E sabe tão bem o teu mal...
Ai que me dói tudo...

domingo, novembro 09, 2008

My fate, my curse, my mistake

Well, you done done me and you bet I felt it
I tried to be chill, but your so hot that I melted
I fell right through the cracks, now I´m tryin to get back
before the cool done run out I´ll be givin it my best test
and nothin´s gonna stop me but divine intervention
I reckon it´s again my turn to win some or learn some

I won't hesitate no more,
no more, it cannot wait
I'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you´re free
Look into your heart and you´ll find love love love
Listen to the music of the moment maybe people sing with me
We're just one big family
it's our godforsaken right to be loved loved loved loved loved

So, I won't hesitate no more,
no more, it cannot wait I'm sure
There's no need to complicate our time is short
This is our fate
I'm yours

Jason Mraz, "I'm Yours"

I cannot find words to describe how I'm feeling, there are none big enough to fit the love I feel for you. I can't live like this, looking at you, feeling your touch, hearing your voice and looking into yours eyes without listen to you telling me that I'm the one for you, felling your arms around me.
I can't live having you one-arm length from me, untouchable, unreacheble, and looking into your eyes and knowing, for sure, and so God help me, that you are the one.
I'm here, I'm standing here, just asking you to love me. Just asking you to choose me, to hold and never let me go. And despite any deadline, created to preserve my sanity, I know, deep in my heart, that no one completes me like you, and no matter what sick twists life may get, I'm yours.
That's my fate, my curse, my mistake. You are my fate, my curse, my mistake. But you are the one I truly, deeply love.
That's my fate. I'm yours.

terça-feira, novembro 04, 2008

...

Ontem fiz anos.
Não gosto de fazer anos, nunca gostei, é aborrecido.
E nem fico chateada se não me telefonarem e não derem prendas. Nem é preciso, até prefiro.

Mas ontem, a única voz que eu queria ouvir não ouvi. Deu os parabéns por intermédio de outro, e eu fiz cara alegre e forte, e fiz de conta que ele tinha mesmo ligado. Até me disseram para tirar o sorriso estúpido da cara e eu tirei.

O pior é que agora não o consigo pôr de novo.