quarta-feira, novembro 28, 2007

Till death do us part


PARABÉNS A VOCÊ!

Pois é, faz hoje um ano que o Popicas entrou na minha vida.

Longa vida ao fiel Popicas!

(tecnicamente é dia 27, mas só tive tempo agora... :D )

quinta-feira, novembro 22, 2007

Reencontro




"[...] Now therefore while the youthful hue
Sits on thy skin like morning dew,
And while thy willing soul transpires
At every pore with instant fires,
Now let us sport us while we may,
And now, like amorous birds of prey,
Rather at once our time devour
Than languish in his slow-chapped power.
Let us roll all our strength and all
Our sweetness up into one ball,
And tear our pleasures with rough strife
Thorough the iron gates of life:
Thus, though we cannot make our sun
Stand still, yet we will make him run.
"

Andrew Marvell, "To His Coy Mistress"
Photo by Lee Stranahan.


Embrace me, like you did yesterday. Kiss me and tell me that you missed me all this time we were apart, guide me to your bed like you did yesterday, undress me and taste me without any rush. Make love to me, like you did yesterday.
Make yesterday today.

quarta-feira, novembro 21, 2007

O Amarelo da Carris


Andar de autocarro em Lisboa é uma das melhores experiências sociológicas que se pode ter, e uma óptima preparação para a vida adulta, aprendendo expressões que fariam Gil Vicente corar. Longe vão os tempos do "laranja", e muitos nunca viram os verdes de dois andares.
Andei de autocarro toda a vida, até à pouco tempo tirar a carta e comprar o meu popicas, mas de quando em quando até gosto de ir andar e matar saudades. Obviamente, arrependo-me amargamente cinco segundos depois de ter entrado.
É sem dúvida alguma que nos autocarros vemos a falta de civismo ao mais alto nível. Empurra-se para entrar, o que até é compreensível, empurra-se para sair, o que já se torna dantesco. Ó amiga, se eu vou sair também, porque é que está a tentar atirar-me para a calçada?! Já lá dentro, é a corrida de gazelas para os lugares, as histórias intermináveis que são muito menos interessantes que a do cão com o puto às costas, os médicos e os enfermos, a marquesa e a aspirina. E claro, o meu clássico preferido. As pessoas que resmungam e discutem, calorosamente, sozinhas, porque jovem em plena flor da idade como eu vão sentados e eles, pobres idosos a dever anos à cova, vão de pé.
Lembro-me nitidamente de um dia que, devido a um acidente aparatoso de consequências graves, entrei no metro a saltitar, tic-tic nas minhas canadianas. Ligaduras no joelho, máquina de suporte, enfim, uma lindíssima parafernália que, julgava eu, ó que ingénua!, que me dava direito a um lugarzito nos banquinhos reservados "a grávidas, acompanhantes de crianças de colo e deficientes físicos".
Nicles, nem uma alminha se levantou para me dar lugar. Desde esse dia nunca mais me levantei para dar lugar a ninguém. Tornei-me um daqueles seres que entram no autocarro e compõem uma expressão de profundo desprezo. Cada vez dou mais razão à minha avó, olhos no chão, toca a campainha, e sai sem dar cavaco a ninguém.
Carlos do Carmo cantou o amarelo da Carris, e muito bem. E eu continuo a gostar do amarelo, símbolo da minha cidade. Só não gosto é de quem vai lá dentro, das maneiras que não têm, da falta de civismo, da mesquinhez. Pobre do motorista, eternamente chamado de "ó chefe!", o que atura. Têm o meu eterno respeito. Por isso sei que o meu livro está talhado para o sucesso. "Aprenda a ser Educado nos Transportes Públicos: Um Guia para Ser Civilizado".
Ora tomem.